quarta-feira, fevereiro 25

Sem saber que o pra sempre, sempre acaba

Terceiro ano. É o ano crucial na vida de qualquer estudante. É o ano em que a nossa vida termina, e recomeça ali adiante. É o ano em que talvez marque o fim de uma história com algum amigo, com o colégio, com o meio em que estávamos acostumados a viver. Mas nada daqui pra frente será igual. Serão novos desafios, novos amigos -e inimigos?- a serem feitos, nova rotina e novos lugares; afinal, nova vida.

Eu me lembro daquelas frases de agenda anual, em que a gente pegava e escrevia: "Amigo A, Amigo B, Amigo sempre de você". Se não era isso, era algo do gênero. Mas não foi pra sempre. Teve tanta gente que marcou a minha vida, e nem faz idéia o quanto. E às vezes essas pessoas se vão. Não se vão literalmente, a vida delas continua, e a minha também. Mas o que ficou foi apenas as boas lembranças, e um vazio. O vazio de não poder mais compartilhar da companhia de alguém que te fez feliz um dia. E isso é uma puta injustiça! Que merda de vida escolar é essa que nos faz viver os melhores anos das nossas vidas e depois nos arranca tudo isso dizendo "Parabéns, formando"? É claro que nem sempre tudo foi um mar de rosas, teve as brigas, os momentos difíceis, troca de colégios e tal, mas foi ali que a gente cresceu! Por mais que a base da educação viesse de casa, foi ali, jogado às feras que definimos o nosso caráter, quem nós realmente somos e quem queremos ser no futuro. Eu digo jogado às feras porque não tinhamos mais quem nos protegesse. A gente podia dizer o que quisesse, pensar o que quisesse. Aprender a ser nós mesmos longe do olhar atento dos nossos pais. Foi lá que escolhemos com quem andar, o fazer ou não fazer, o que gostamos mais de estudar, se somos destros ou canhotos :P Mas... Por que tem que terminar?

Apesar de tudo, foi maravilhoso. Eu sinto um nó na garganta ao assumir que eu não aproveitei o que deveria. Não pelo menos ao que todos temos direito, não pelo menos em Palmeira das Missões. Eu me julgo diferente, porque como todos sabem, eu me mudei. Me mudei na melhor fase da minha vida. Onde eu encontrei amigos realmente fiéis, e por mais que fossemos crianças, esse sentimento sempre foi tão verdadeiro que dura até hoje. E eu não quero que se extingue nunca. Mas o caso é, não foi o fim do mundo. Pra mim, na época, foi sim. Claro que foi. Foram os dois primeiros anos lá os piores da minha vida, os que eu mais sofri, os que eu cheguei ao limite da minha resitência física e psicológica. Sinceramente, eu não desejo isso pra ninguém. Eu sei o que eu passei, e não quero ser hipócrita ao dizer que me sentia bem sabendo que os meus amigos estavam todos juntos enquanto eu sofria nas mãos daqueles torturadores juvenis. Eu sentia inveja deles mesmo. Não só deles, dos novos colegas também. Porque eu era a espécie em extinção. Aquele que chegou depois e nunca seria aceito.

Mas uma grande amiga de Palmeira, a Tati -espero que ela leia isso, porque eu estou citando ela por isso mesmo-, me explicou certa vez que a nossa vida é um trem. E ao nosso lado nas poltronas sentam todos os tipos de pessoas, pessoas que as vezes vêem pra ficar, e outras que vão explorar outros vagões. E o meu vagão, dessa vez é em Palmeira das Missões. E por mais que eu não goste, é a realidade. E por que não explorar o melhor deste vagão? Conhecer as pessoas dali, ver o que há de diferente, aprender. Eu me arrependo de só ter percebido que poderia aproveitar mais esse vagão no meu último ano nele. É crise de terceirão mesmo, puta vontade de chorar. Mas felizmente ainda há tempo. O trem ainda vai levar muito tempo pra chegar à estação, e antes que isso aconteça, eu vou levantar daqui e viver a minha vida. Onde quer que eu esteja.

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre
Sem saber que o pra sempre sempre acaba"

sábado, fevereiro 21

Inspiração mútua?

Antes de tudo, já peço que perdoem-me os fãs (?) da queridinha cantora “teen”, mais nova pós-graduada em bitch, a Hilary –cara de cavalo- Duff. O caso é, que não pude deixar de notar que certos clipes dela parecem-se muuito com de outros artistas. Não me atrevo a dizer plágio, mas obviamente houve uma... inspiração mútua. Vejamos os exemplos:


Essa cena de Duff em Stranger não se parece muito com a de Lily Allen em
Smile?


O figurino e o cenário de Reach Out lembram The best damn thing de Avril Lavigne, não?


Nem Kelly Clarkson escapou dessa: Fly de Hilary Duff é gêmeo de Breakaway.

Afinal, quando é que os clipes da Hilary Duff terão algo de original, por favor?
OBS: as imagens ficaram tri chinelas porque eu simplesmente me puxei dando print screen no youtube e colando no paint, mas valeu a pena :x

segunda-feira, fevereiro 2

Arlequinadas na Cidade Cinza

Porto Alegre é que tem
Um jeito legal
É lá que as gurias etc e tal

Impossível não gostar de Porto Alegre. Porto Alegre me traz sensações, emoções, sabores e cores. A cidade de monótonos tons acinzentados contrastando com a vida colorida que habita em algum pedaço dessa grande colcha de retalhos. Das remotas lembranças da minha infância, as quais eu mais me recordo sobre Porto Alegre são as inconfundíveis -e certamente inesquecíveis- tardes de domingo no Parcão e aqueles novembros que nos trazem as Feiras do Livro.

A sensação refrescante de sentar-se sob a sombra das árvores do Parcão, ouvindo os adultos discutindo o ultimo Gre-nal, observando as pessoas e suas cadeiras de praia, de cuia e térmica na mão, cãozinho na guia... Tudo isso poderia parecer sistemático e rotineiro, mas a cada fim de semana, a felicidade de estar ali se renovava. Lembro com alegria e certa saudade desses momentos; de como eu me acabava brincando com o Bruno nas pracinhas, do eterno tiozinho do sorvete que sempre nos trazia o velho e bom sorvete de cada dia, dos risos fáceis e canelas roxas. Das noites de mesma companhia, nas idas ao shopping com o Tio Fernando, com direito a muita bobagem e refrigerante, aqueles joguinhos eletrônicos e sessão de cinema. \o/ Ahh bons tempos.

Não há como ficar sem falar, também, das minhas primeiras peripécias nas Feiras do Livro. Uma das minhas partes favoritas da cidade. Aquele vuco-vuco, o calor escaldante, as pessoas se acotovelando nas bancas à procura da melhores ofertas, aqueles que adoram pechinchar -aliás, preciso urgentemente aprender essa arte da compra-, e os livros, livros e livros. :D Lembro também das feiras com a Ana, em que exploravámos a feira inteira, com mapinha na mão, as duas crias não saíam de lá sem ter certeza que haviam visto tudo, e também não podiam sair de lá sem livros, claro. Desde sempre o facínio por aquelas montanhas de palavras, a cultura cheirando a novo, tudo me atraía. Eu era literalmente uma criança no país das maravilhas -não quis dizer uma Alice porque, obviamente, ficaria muito guei-. Resumindo, uma experiência que vale a pena é mergulhar naquele mar de gente faça chuva ou faça sol, e sair vitorioso com sacolinhas recheadas de muita diversão e leitura.

Obrigado Porto Alegre, pelas alegrias, pelos sorrisos, pela paixão. Porto Alegre vive. Vive nas minhas memórias, e a cada pôr-do-sol no Guaíba.